terça-feira, 26 de maio de 2015

O Tantra distorcido no Ocidente

O Tantra distorcido no Ocidente

Aqui no Ocidente, ao se pronunciar a palavra Tantra, observa-se diversas reações nos ouvintes. A grande maioria associa rapidamente o Tantra ao sexo, orgias, sexo grupal, bacanal, drogas, putaria, sexo livre etc. Uns por este motivo, se interessam de pronto, buscando materiais eróticos, visitando sites sem confiabilidade alguma e fazendo pesquisas para obter um ´´melhor orgasmo´´ na hora da transa. A idéia é extravasar suas repressões e moralidades inconscientes.
 Existem também os curiosos.  Estes vem até o Tantra, leem alguns livros e por vezes participam de grupos de vivências tântricas, mas não despertam nenhum interesse real e sincero pelo Tantra quando percebem que o Tantra não se trata de nada do que pensava, voltando à velha rotina.
Há também um terceiro grupo. Trata-se de jovens que usam ´´o que eles chamam de Tantra´´ para se voltar contra a sociedade,  Dessa forma, associam ao Tantra, o uso de Êxtase, LSD, cocaína e outras drogas que oferecem algum vislumbre de felicidade e êxtases momentâneos. Assim, misturando músicas eletrônicas, com sexo livre e drogas, desrespeitam seu corpo e prejudicam suas mentes e espíritos, tornando-se escravos de estimulantes para se manterem ”aparentemente despertos”, quando na realidade, estão se aprisionando ainda mais ás ilusões e confundido liberdade com libertinagem.
Estes jovens que desrespeitam tudo o que está a sua frente e tudo o que é belo, se aproveitam da liberdade que o Tantra oferece para criar ´´modinhas” que em nada se relacionam com o Tantra.
Um quarto grupo trata-se dos supostos conhecedores que aqui se denomina como ´´achadores´´. São pessoas que já conheceram várias filosofias, passaram por diversas religiões, leram inúmeros livros ´´sagrados´´, mas que, ao se deparar com o Tantra, fogem como ´´ratos apavorados´´. Isto acontece porque o Tantra não se preocupa com o porquê das coisas, mas com o como.  Neste caso, o Tantra serve como um espelho, onde quanto mais voce descobre de si, menos há lugar para mentiras e ilusões.
O Tantra aponta para a desrepressão, para a busca do si mesmo e não de métodos objetivando uma vidinha mais agradável. O Tantra diz que você é perfeito como é, que você tem o que tem que ter e está onde tem que estar. Se você está preso(a) ao sexo, o Tantra jamais dirá: abandone isso, pois sabe que a repressão é uma das causas de a sociedade estar como está hoje. E a sociedade é a principal responsável pela existência de maníacos, estupradores, pedófilos, prostituição etc. Ao contrário, o Tantra diz que você pode usar esta energia (sem desperdiçar) a seu favor, visando o despertar da sua própria consciência, e lhes dá métodos reais para a sua transformação. Esta é a principal razão que faz com que os ´´achadores´´ abominem o Tantra, pois no fundo, muitos tem medo de descobrir que estão mais presos a matéria do que supuseram e de que todos os seus esforços para serem ´´bons´´, de nada valeram.
Porém, existem outros ´´achadores´´, um pouco mais ousados, mas que nunca experimentaram realmente o Tantra, e jamais receberam qualquer tipo de iniciação, dando grupos tântricos e vivências (alguns até mesmo iniciando outras pessoas) e considerando-se Mestres desta arte de amor que é o Tantra passando adiante conhecimentos errôneos, abusando da inocência das pessoas e utilizando falsamente o Tantra para conseguir sexo fácil e dinheiro.
O Quinto grupo (e raro) trata-se dos verdadeiros buscadores (como diz uma amiga minha – buscAMOres). Estes não estão interessados em conhecimento emprestado, mas em reconhecer no Aqui e Agora que são o que tem que ser; Iluminados. São aqueles que experimentam de verdade. Não estão interessados em pregações, pois já compreenderam que a menos que lhes sejam dados métodos eficazes, nada é transformado.  


São aqueles que buscam iniciações fortes e reais a fim de se reconhecerem.  Seres que se abrem para experiências profundas e duradouras, que hes livram dos condicionamentos sociais, deixando-os “cara a cara” com quem são, em essência.
Os tântricos veem o Divino em tudo e isso causa uma enorme confusão nos “falsos buscadores”. O Sagrado e o Profano já não são mais dois, mas sim pólos da mesma energia que se completam.
 O Tantra não diz que isso é bom e aquilo é mau, não diz que isso é certo e aquilo é errado; não vê divisão alguma. O Tantra diz para que você esteja consciente de tudo o que acontece com você. Não se deve desperdiçar sua energia com pequenos ensinamentos; com regras do que fazer e de como proceder perante as situações apresentadas pela vida. Ele não cuida do que você faz e sim do que você é. Como não se conhece o Tantra apenas estudando, poucas pessoas o compreendem profundamente.
Ouço muitas pessoas dizendo: Não posso ir a um grupo de Tantra, por isso, me contento com os livros.
Os livros devem ser apenas imãs, mas jamais um fim em si mesmo. Voce não se tornará um tântrico lendo este livro, jamais se iluda com isso. Voce somente se tornará um tântrico quando começar a honrar-se como sagrado e a perceber o sagrado no outro e para isto acontecer, ler não basta, é preciso vivenciar o que se conhece. Conhecimento é para a mente. O Tantra é sobre o SER.
A sexualidade no Tantra não é tabu. É tão divina quanto todas as outras coisas. Mas também não é um fim em si mesmo. O sexo é uma escalada para o encontro consigo mesmo, por meio da união das energias yin e yang, geralmente representada pelo homem e a mulher.
O sexo é somente uma pequeníssima parte do Tantra,
As religiões, ceitas e filosofias de vida já nos moldaram e “passaram as mãos na nossa cabeça” durante milênios. Ao mesmo tempo em que dividiram tudo entre “certo e errado”, nos esconderam a oportunidade de buscar a “Verdade”, mas a “Verdade” não polpa a ninguém. Não só temos o direito de ir ao encontro dela como esta é a principal razão de estarmos neste corpo.
Que todos sejam abençoados!
Hari Om!





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