segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Relacionamento: O fardo das promessas

Relacionamento- O Fardo das Promessas
Por: Chandra Veeresha

Sempre que uma relação amorosa se inicia, é mágico. Aquele “friozinho’ na barriga, sentir as mãos suando e as pernas tremendo, torna-se uma sensação de muito prazer.
Olhos nos olhos. Mãos que apertam mãos...
O casal apaixonado é capaz de se transportar ao “paraíso das ilusões” em milésimos de segundos. É tudo fascinante e perfeito. O primeiro beijo então, faz tocar sinos dentro de seus corações.
A relação inicia-se na liberdade, o que significa que inexiste um compromisso entre os amantes. Juntos, compartilham. Separados, sonham...
A paixão vai se apossando de cada célula do corpo e quando se percebe algo mais profundo está surgindo: o namoro.
Namorar é interessante, pois é quando o casal adentra nos mistérios um do outro, conhece seus gostos musicais, comida preferida, vocações e também a família. E é muito bom conhecer o outro, porque ele sempre mostra um pouquinho de nós mesmos!
No entanto, é também no namoro que o medo aparece. O medo de perder; ser enganado; não dar conta...
E com todos esses medos, o ciúme penetra a relação e corta seus corações como uma foice.
Tem sempre um mais ciumento que outro. Então, aquele que se tornou o “alvo do ciúme” faz milhões de promessas, a fim de passar segurança. Promessas quem bem lá no fundo, sabe que não poderá cumprir. Mas é melhor mentir que correr o risco de que o relacionamento chegue ao fim. As promessas são a valorização do medo.
E assim vão levando, acostumando-se a prometer e a ouvir promessas.
Quando um não cumpre o que disse (o que facilmente acontece), as brigas e discussões abalam o relacionamento. Mas o casal perdoa, chora e recomeça.
Até que chega o casamento.
Na minha visão, é preciso muita maturidade e convicção para “juntar os trapinhos”. E mais que isso. É preciso que haja muita sinceridade. Mas como um relacionamento baseado em mentiras, desconfianças, insegurança e ciúme chegam ao casamento?
O casamento é a “falsa segurança” que se tem de que o outro vai mudar; de que poderá moldá-lo á sua maneira, controla seus passos e quem sabe até, tornar o parceiro submisso.
No modelo tradicional de casamento (o cristão), o padre pergunta:
_ Prometm ficar juntos na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-se e respeitando por todos os dias de suas vidas?
E os noivos dizem: - Sim1
E ele continua: - Prometem ser fiéis até que a morte os separe?
E eles respondem: - Sim!
Acredito que na maioria das vezes, esta é mesmo a vontade do casal, entretanto, a vida é uma caixinha de surpresas!
Todos os dias conhecemos novas pessoas e nos relacionamos com elas de alguma forma. Também conhecemos melhor nossos parceiros, no dia- a- dia e a nós mesmos.
Como prever que este casamento será para sempre?Como assegurar que nunca mais seremos capazes de amar outras pessoas? Como ter a certeza que jamais surgirá outro alguém que tocará os sininhos do nosso coração, já que mesmo depois de casados, continuamos vivos?
Impossível. Então, com o tempo, todas as promessas tornam-se um fardo difícil de carregar.
A mulher quer proibir o homem de fazer o que ele gosta e o homem, faz a mesma coisa. Futebol nem pensar. Diz a mulher.
E o homem em contrapartida responde:- Não quero você na casa de amigas solteiras.
Pronto! Está lançada a rede das chantagens onde quem cair primeiro se sentirá cada vez mais para baixo e infeliz, podendo inclusive, desenvolver algum quadro de ansiedade ou depressão. E o parceiro, desenvolverá a culpa.
Sou a favor de um tipo de relação que respeite as individualidades, mas isso deve começar do namoro.
Existem experiências para se passar juntas e outras, não. E ninguém pode nos privar de uma experiência que nos fará crescer. Por isso, seja sempre sincero, apesar de todas as conseqüências. Se tiver algo que considera importante falar sobre você, fale o quanto antes. Entre com poucas máscaras na relação. Evite as promessas e permita que o amor flua e seja eterno enquanto durar.

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