segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A arte de viver com as crianças



Puras, sinceras e originais. Assim são as crianças, especialmente as menores de 4 (quatro) anos. È incrível como a criança tem uma conexão forte com a Verdade. E a capacidade rápida de perdoar então! Elas brigam entre si, mas logo “ficam de bem” e ai da mãe que se intromete na briga de seu filho, porque jamais vale a pena. Eu já vi isso na minha própria casa quando era pequena. Eu era uma criança bagunceira e briguenta. E a maioria das vezes eu brigava para proteger alguém, principalmente meus irmãos. Mas minha mãe raramente se envolvia e algumas poucas vezes em que ela “tomou minhas dores”, se arrependeu, pois tratei de fazer as pazes e ela ficou morrendo de vergonha.
Os pais que sabem observar seus filhos são duplamente abençoados, pois aprendem muito. Para uma criança tudo é tão simples...
Recordo que quando viajava de carro com meus pais e meu pai errava o caminho, eu pensava que era muito fácil fazer o retorno. Bastava virar o carro e voltar! Imagine o caos que seriam as estradas se as coisas fossem assim! Mas para mim era tudo fácil demais.
O mesmo percebo na minha afilhada que vai fazer três aninhos. A danadinha é brava, bate na cara do irmão dela e momentos depois está beijando ele com tanto carinho que dá gosto de ver. E ele perdoa!
É por isso que Jesus disse: “O reino dos céus é das crianças”.
Claro que ele não falava especificamente das crianças, mas daquele que crescer e mantiver o coração tão puro e verdadeiro como de uma criança. A criança perdoa rápido porque a noção de tempo e espaço dela é diferente. Ela está no “Aqui” e “Agora” o tempo inteiro. E somos nós, “adultos” que acabamos com sua inocência, ensinado coisas que elas ainda despreparadas para entender e saber. É lamentável, mas nós fazemos tudo errado!Nós as deixamos egoístas. Ao invés de mostrar, por exemplo, que nada é para sempre, que os brinquedos vão quebrar e que um dia ela terá que jogar fora, nós falamos para ela guardar, para ela não emprestar para aquele amiguinho que “estraga” tudo; para ela cuidar. Ora, cuidar na visão de um adulto está muito
relacionado ao apego que ele tem aos bens materiais, pois ele pensa assim: Poxa, gastei uma nota preta nisso, agora tem que durar!
Raramente se pensa na liberdade da criança em descobrir que as coisas tem um início, meio e fim. No fundo, o adulto tem medo de que a criança descubra que a morte existe.
Voce deve estar se perguntado: O que a morte tem a ver com isso?

A morte tem tudo a ver, pois ela é um fim. É o fim da vida no corpo e início da vida em outro plano. Mas é preciso esconder, porque este é o assunto mais mal resolvido sociedade...
E quando uma boneca, por exemplo, quebra, é uma morte. A criança sofre. E os pais brigam com ela por ela estar sofrendo pela boneca, mas é assim que ela aprende a ter contato com suas emoções. E então, os pais vão la e compram outra boneca, sem deixar que ela passe por aquela dor; que ela conheça a dor. Isso é um malefício. Compre outra boneca se quiser, mas antes, deixe a criança chorar e entender que na vida tudo faz parte de ciclos.
Como dizem os indígenas: “Há tempo para plantar e para colher”. Assim é a vida. Se a criança for orientada a viver todas as suas emoções ela com certeza será muito mais que um “adulto de bem”. Será um adulto consciente e sábio, com o coração tranquilo e compassivo.
(Chandra Veeresha)

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