Namastê!
Decidi escrever este texto como uma forma de alertar quem procura tanto fazer atendimentos, como cursos de Massagem Tântrica, seja homem ou mulher.
Ao longo desses 10 anos que trabalho junto da Chandra com Terapias Tântricas e Holísticas, sempre decidimos por nos manter na espreita, quietos, como observadores.
Mas chegou um momento na fase atual do Planeta que algumas coisas devem ser orientadas de forma a retirar o véu que cobre e tenta ludibriar o Sagrado.
A Massagem Tântrica Tradicional é originária da Índia pertence a uma tradição do Kaula que se denomina Yogini Kaula.
Uma tradição que tem quase todas as suas práticas voltadas ao despertar da Kundalini além de ser uma Tradição muito ritualística. Aqui a Mulher/Deusa é vista como o centro principal de todas as práticas e iniciações.
O nome dessa massagem é Prana Prathista Hara Nyasa Kosha Prathiahara que é a Massagem utilizada por esse povo tântrico a milênios de anos.
Como esse povo sempre gostou de se cuidar bem a Massagem fazia parte das suas práticas diárias trazendo equilíbrio ao corpo/mente/emoções e espírito.
Além disso, a Massagem Tântrica utilizada no Templo da Lua e por todos os alunos formados aqui utiliza-se de uma série de instrumentos como Pranayamas, Mandalas, Visualizações, Símbolos, Mantras e muitos outros que além de terem o seu poder pessoal, unidos um ao outro se transformam num poderoso auxiliar no tratamento e equilíbrio da sexualidade.
Tudo isso é apresentado ao cliente por um Terapeuta Iniciado nessa tradição, que se dispõe estar protegido e totalmente fora da roda do karma sexual. Existe uma grande responsabilidade por trás das iniciações e por trás das mãos dos iniciados que as utilizam como condutoras da cura dessas mazelas.
Já o Método Nacional ou Invencionista tem base em nada, é constituído de achismo e é uma ostentação de poder, sexo fácil, masturbações, orgias e muito dinheiro.
Se for isso que voce procura, então é um “problema seu”. Boa Sorte, de verdade, porque com o tempo, voce vai precisar...
Os terapeutas ao invés de serem iniciados são treinados, não recebem nenhum tipo de iniciação, já que seus mestres não são iniciados em nada e nem por ninguém e, além disso, dizem que iniciação é coisa de idiota; coisa para bobo. Seus egos dizem que iniciação é coisa para o ego. Veja isso!
Usa-se uma nova metodologia tântrica baseada nas orientações mal interpretadas de textos do Mestre Osho. E o engraçado é que essas pessoas são muito espertas, pois elas se defendem do Osho, com as próprias palavras do Osho que, como Iluminado, estava no Aqui e Agora e falava especialmente para grupos, portanto, ele sentia o que deveria dizer segundo a necessidade daquele grupo, o que lendo seus livros (livros escritos com base em gravações), parecem contradições. Mas basta meditar para começar a entender sua forma de apontamentos.
Para quem desconhece os apontamentos desse Mestre Indiano, é facilmente ludibriado por charlatões de plantão que ao invés de apontarem para a sacralidade do Tantra, preferem apontar para Sexo mais Prazeroso, Orgasmos múltiplos e muita satisfação sexual que, de fato, satisfazem a quem mesmo?
Ao Ego e, a mais nada.
Então, graças a esses “espertalhões” o Tantra no Brasil virou uma grande palhaçada e quando pessoas sérias o apresentam na sua forma mais sutil, feminina e iniciática, são olhadas com suspeitas.
Recentemente, uma dessas pessoas que se diz “tântrica” ligou aqui no Templo da Lua, revoltadíssima com nossos textos. Disse que se sente ofendida quando falamos destes profissionais “mequetréfes” que tem no mercado de terapias. Mesmo sem conhecê-la, qual nossa constatação sobre o que ela nos disse?
É fácil. Só se ofende quem veste a carapuça. Se ela não é assim como falamos, se seu trabalho não é voltado para orgias e dinheiro, ela não ligaria aqui, pois jamais se sentiria ofendida.
Nós jamais nos intitulamos mestres. Sempre dizemos aos nossos alunos que somos seus amigos. Mas há quem nos veja dessa forma, isso é pessoal, porque as pessoas se espelham ou se inspiram. Mas por aí o que vemos geralmente são homens rodeados de “gostosinhas” e dizendo que estão fazendo rituais tântricos. Um Tantra voltado somente ao prazer e gozo masculino? Sinto muito, mas isso não tem nem se quer uma lembrança do que entendo e aponto como Tantra. O Tantra jamais manipularia uma mulher; uma Shakti a servir o homem como se fosse um pedaço de carne.
Um Sadhika (tântrico homem) jamais manipularia mulheres que, geralmente, são pessoas sem autoestima nenhuma a se colocar como serviçais e serventes dos seus instintos puramente animal. Um sádhika de verdade vê no sexo, uma oportunidade de transcendência e não, uma forma de se desculpar por seus desvios sexuais e devaneios mentais. Tantra não é luxúria.
Quem conhece o Tantra sabe que o Tantra é muito mais voltado para a mulher. No Tantra, todas as mulheres são reverenciadas como deusas. Todas. Sua mãe e sua irmã também. Independente se gordas ou magras, altas ou baixas, velhas ou novas. Que isto fique claro. Um tântrico de verdade vai olhar para todas as mulheres como deusas, ainda que elas não se vejam assim.
Infelizmente tem muita mulher se colocando como pedaço de carne. É triste ver isso, mas é reflexo de uma sociedade que a reprimiu durante milênios. E como a mente nunca está no meio termo, ela vai para o outro extremo. Se antes era reprimida, agora é indulgente. Se antes o sexo era um tabu, agora é “oba oba”.
Mas sua sexualidade é um “bem” muito precioso, saiba disso. Que deve ser utilizada com sabedoria e consciência para fins mais “elevados” como a Iluminação.
O que está acontecendo aqui no Brasil é o mesmo que sempre aconteceu, só que agora com uma máscara nova, com o nome de Tantra.
Sendo o Tantra uma cultura voltada para a “comunhão” do feminino com o masculino, por que na maioria dos espaços que apontam esse “Novo Tantra”, os “Mestres” são homens?Onde estão as mulheres? Submissas aos homens?
Se voce nunca se questionou sobre isso, está na hora de se questionar. Os melhores trabalhos, rituais e vivências que participei são conduzidos por um Shiva e uma Shakti, juntos. Muitas vezes a Shakti iniciando o “aspirante homem” e o Shiva, a “aspirante mulher”, respeitando sempre o princípio da polaridade.
Mas há lugares por aí que as mulheres são como cachorrinhos obedientes e “ai delas”, se não obedecer. Falo com conhecimento de causa, pois recebemos aqui, relatos (de mulheres) tão impressionantes que dá arrepio até em pensar!
Por Lord Shiva! Eu também teria medo se estivesse começando minhas buscas hoje.
Se voce que está lendo esse texto busca algo realmente sério, que olhe para voce de forma integral, então tome muito cuidado com certas ofertas, porque algumas delas não corrompem somente o corpo, mas compromete principalmente a alma.
Claro que não estou dizendo, com isso, que sei tudo. Não sei e nem quero saber tudo. E nem que nosso trabalho frente ao Templo da Lua seja o melhor, mas é apenas um conselho e um desabafo de quem já experimentou muitas coisas e até hoje, às vezes fica indignado com tanta distorção desta cultura maravilhosa, libertária, feminina e amorosa, que é o Tantra. E que, no meu papel se vê na obrigação de alertar quem deseja ser alertado. No entanto, se para quem frequenta estes lugares que mais parecem o “umbral na Terra”, está tudo bem, então, nada poderei fazer. Cada qual com sua vida e escolhas.
(Anand Milan Ram e Chandra Veeresha Ram)
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